domingo, 28 de março de 2010

Amigo como um Mineiro vê.

"Amigo? Aí foi isso que eu entendi? Ah não; amigo, para mim, é diferente. Não é um ajuste de um dar serviço ao outro, e receber, e saírem por este mundo, barganhando ajudas, ainda que sendo com o fazer a injustiça aos demais. Amigo, para mim, é só isto: a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual, o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou - amigo - é que a gente seja, mas sem precisar saber o por quê é que é.


Guimarães Rosa

segunda-feira, 22 de março de 2010

Roxinho do Matheus.


Guarde bem essa imagem, ela é a marca da patota: o bumbum com mancha rôxa.

sábado, 20 de março de 2010

O Negócio do Equinócio.

Pois é,, acabou-se mais um verão e acabamos de passar pelo portal do Outono.
Hoje é aquele dia muito especial em que a noite tem a mesma duração do dia em todo o planeta, só que amanhã nossos dias ficarão mais curtos e os da turma do hemisfério norte, mais longos.
Hoje é aquele dia em que o sol nasceu exatamente no ponto cardeal leste e por-se-á no exato oeste, amanhã não mais.
Hoje é o dia da simetria planetária, mas não é o único, em setembro tem outro que a nossa primavera anunciará e quando ele vier, estaremos preparando velinhas, ou melhor, uma velinha para breve vê-lo assoprar.

Bacana né?

sexta-feira, 19 de março de 2010

Descansar...


Agora acho que chegou a hora do merecido descanso, decisões e providências transformaram-se em resultados e tudo está caminhando muito bem.

Hummmm, tá dando um soninho....

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quinta-feira, 18 de março de 2010

122 Anos.


Hoje é dia de aniversário, de 122 anos.
Está vendo um tal de Giuseppe aí na lista? Ele é meu tataravô que em 18 de março de 1888 chegou com sua família ao porto de Santos, a bordo de um navio chamado Vapor Malabar; ele sua esposa e seis filhos, três homens e três mulheres.
Às vezes fico pensando sobre os motivos que levaram um pai de tão numerosa família, aos cinquenta anos de idade, sair de seu país para começar uma nova vida em um lugar totalmente diferente e distante. Pensamentos como este é que me impelem à pesquisa genealógica, ao bisbilhotar das famílias e à história.
Nestes 122 anos muita coisa daquela família se perdeu no tempo, muita coisa mesmo! É por isso que eu penso que devemos registrar tudo, dos grandes fatos às pequenas fofocas, para que a nossa história não seja também uma história perdida.
Se você ficou curioso, Matheus, procure saber bastante da sua história e não se surpreenda caso perceba que ela tem tudo a ver com o que você é, com como você pensa e age, com a sua índole e com sua responsabilidade para com seus descendentes.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Um pouquinho de mágica.

Será que você está vendo a mesma coisa que eu?

Bem, eu vejo uma casa antiga, com um portão de madeira que nunca era fechado porque ninguém tinha medo de ladrão.
Vejo também uma cobertura de carro, Zetaflex, que o Tio Língua comprou porque um dia ele conseguiu comprar um carro, acho que o primeiro que aquela casa teve.

Eu não vejo, mas mesmo assim enxergo debaixo da Zetaflex, um monte de ruidosas crianças saboreando as tardes a jogar pingue-pong com velhas raquetes de madeira e uma única bolinha branca, comprada de vaquinha, que se quebrasse era o fim da brincadeira.

Voltando ao que é mais fácil de ver, eu vejo um grande painel de vidro, um vitraux, com uma porta por onde se entra direto na cozinha, uma cozinha meio esquisita: estreita, comprida e com uma mesa no caminho da porta sobre a qual havia um rádio ligado na tomada com alguém a escutá-lo. Esta vendo? Ah, tem também outra porta que se vê num dente de parede. Entrando-se por ela, o que se tem é um estreito corredor vinculando a fronteira de velha fachada com o salão que a eclipsou e uma janela de dormitório abrindo para o escuro corredor testemunha a mudança. Ao meio de seu comprimento duas opções, para a sala de estar, à esquerda, e para a quitanda à direita.

Hummm, melhor voltar para o que se vê de fato. Eu e você podemos ver, com clareza, duas crianças e elas estão descalças como é bem próprio de toda criança feliz; o menino deve gostar de jogar bola pois a ostenta com incontida satisfação e a menina, bem, você há de convir que a menina é linda né?

Sabe Matheus, esta foto é meio mágica! Se você mostrá-la às pessoas certas, cada uma verá coisas e histórias diferentes e a cada dia surgirão novas lembranças e imagens que só quem por lá viveu pode ver. Diante desta mágica algumas pessoas sorrirão e outras poderão até chorar.
Muito interessante também é que, para o olhar incauto, não há nada de valor na foto, mas muitos daríamos tudo que possuímos para poder estar lá, agora, neste instante. Estranho né Matheus?
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domingo, 14 de março de 2010

A Ponte da Vó.


Ontem falei com a Vó Neti pelo telefone, lá no Hospital Beneficência Portuguesa. Ela me contou que a tempos estava com um sintoma estranho, muito rápido, que lhe dava uma sensação de pressão na cabeça e uma espécie de ânsia.
Inicialmente teve esta sensação em caminhadas, depois ao fazer uns exercícios lá na casa da Tia Regi e agora calçando sapatos.
Chegara a hora de procurar um médico e o diagnóstico foi de angina instável.

Um exame mais detalhado acabou acusando duas obstruções, uma delas parcial, e decidiram pela intervenção cirúrgica mesmo, pontes de safena. A cirurgia será amanhã ou depois, dependendo dos trâmites de liberação do convênio.

Estou escrevendo este resumo aqui porque estou certo de que a Vó vai ficar tão boa que, daqui uns anos, ninguém vai mais lembrar de contar a história pra você, Matheus.

Boa sorte Vó!

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sexta-feira, 12 de março de 2010

Saiba!

 

♫  Saiba!
Todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
E também você e eu... 

(Adriana Calcanhoto)

 E para provar isso, Matheus, aí vai um pedacinho, bem pequenino, da infância dos seus "Tios": Dedê, Tí e Taís.


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quarta-feira, 10 de março de 2010

Pensamento positivo... e muita ação!

Mal sabia eu que, enquanto descrevia minhas impressões sobre um filme que assisti, sua avó estava sendo atendida no hospital.
Soube que ela está muito bem assistida em um excelente local. Não sei ainda qual a gravidade do problema mas creio que deve ser importante tratá-lo com a maior seriedade e isso passa por uma séria mudança de hábitos da vovó e de toda a família.
Pessoas como eu a Tiavó Mica, que moramos longe, tomamos conhecimento das coisas depois que as notícias já estão amortecidas do impacto inicial e, além do mais, não temos consciência de coisas preocupantes que possam estar em andamento. Há umas duas semanas, notei preocupação por parte de sua mãe quanto à saúde da vó. Ela disse-me que queria fazer uma postagem aqui no seu Blog com uma mensagem muito importante, a de que ela queria que o Matheus pudesse usufruir de um longo convívio com sua avó materna em gozo de plena saúde. Mencionou também que pretendia fazer referência à D. Carmem que, para sua mãe, foi das mais queridas pessoas, mas todas suas lembranças são com a D. Carmem acamada. Sua mãe não quer o mesmo para seu Matheuzinho e muito menos para a Vó Neti.
Então, meu amiguinho, o momento é de pensamento positivo e de não subestimar os riscos que ameaçam a saúde de sua avó.

Beleza volátil.

O que ainda está bombando nos cinemas tupiniquins é o filme Avatar, uma bela obra visual que mereceria enredo um pouco mais consistente e original.

Apesar de lançado no final do ano passado, ainda há enorme disputa por alguma imunda poltrona das nossas salas de exibição. A questão das salas merece destaque; acontece que os empresários do ramo, cientes do quanto somos subdesenvolvidos, resolveram aplicar uma jogada que deu resultados excepcionais: transformaram salas convencionais em salas de exibição 3D. Na verdade um 3D de "janelinha" que coloca o expectador na díficil tarefa de tentar compor um ambiente visual tridimensional misturado a elementos fixos reais estabelecidos pelas fronteiras da pequena tela.

Até nos óculos foi possível economizar porque o que havia por ver era bem pequeno dispensando os óculos grandes, como este em que nossa modelo Dako gentilmente posa na foto.(A Tia-avó Dako foi fotografada quando estávamos prestes a assistir uma exibição no IMAX do Suntory Museum de Osaka, um cinema 3D com tela de 20 x 28 m) .

Voltando ao filme, a obra é de uma riqueza visual primorosa, chegando a ser exagerada e redundante. Buscando popularizar o filme, garantindo retorno ao capital investido, optou-se por uma comunicação visual obvia e didática demais. Como sempre o "bom para os negócios" comprometeu a arte.
Como já disse, o roteiro é prá lá de precário. Melhor seria se fizessem o filme sem diálogos e, na saída nos dessem uns DVDs de "Dança com Lobos" e "Derzu Uzalá" para assistirmos em casa um roteiro decente e original que lhes serviu de referência.
Mas a diversão é boa, afinal temos que nos entregar um pouco ao lazer fácil, ao entretenimento singelo.


Nossa, só agora percebo a estranha noite do Avatar: primeiro encontramos sala cheia no Diamond Mall, depois fomos ao Pátio Savassi e conseguimos ingresso para as dez e meia da noite, aí fomos jantar e resolvemos conhecer a Cebola do Outback, uma bela droga. A Mica advertiu que não valeria a pena encarar a cebola, mas sabe como é, teimosia mata! Hehehe.

E, para finalizar este post metido a crítico de arte, vai também uma foto, deste que vos escreve, todo paramentado para mergulhar no IMAX de Osaka. Observe que estou com fones e a Dako não, os fones são para ouvir a locução em Inglês.

sábado, 6 de março de 2010

Tanta Mama!


Engana-se quem acha que mãe é uma só. Nada disso; mãe é uma espécie de coleção, encapsulada.
Curiosamente, filho também é assim e nem vou explicar muito.
Então, aponte para algum rosto da foto e pergunte o que estava fazendo (e pensando), na época, a mamãe.
Nossa, quanta Mama!
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quarta-feira, 3 de março de 2010

Obrigações e Virtudes




A foto é da Quitanda e eu escrevi com letra maiúscula porque ela foi e é muito importante para muitas passoas. A Quitanda era uma espécie de QG (Quartel General) dos negócios do Vô Careca e Vó Carmem sendo o ponto fixo de venda de horti-fruti-granjeiros, depósito do estoque da banca da feira e local de condicionamento de produtos (preparação e embalagem para o varejo).

A Quitanda ficava bem na frente da casa e tinha duas portas de aço, de enrolar, cujas soleiras formavam um degrau que servia de banco improvisado, especialmente quando a Quitanda estava fechada. Acho que a Quitanda prestou grande utilidade pública como ponto de encontro dos meninos e meninas que lá se sentavam para conversar e lá deve ter sido o palco de grandes amizades.

Dentro da Quitanda tinha muita coisa, mas acima de tudo muito trabalho; trabalho compulsório que não só gerava os recursos da família como também disciplinava e ensinava os filhos do Vô e da Vó. Identificar e reconhecer a qualidade do produto, atender bem o cliente, atender o fornecedor, pagar e receber, fazer contas e dar troco, marter a ordem, higiene e expor a mercadoria, estocar e controlar os produtos... Eu mesmo já fiz bastante coisa por lá, às vezes por simples camaradagem, ajudando o Tio Beto enquanto conversávamos, às vezes por interesse de sair para namorar com a Tia Mica. Lembro de uma vez que ela tinha que tirar as cebolas de grandes sacos, limpar e colocar em redinhas vermelhas com um quilo em cada e ela só poderia sair comigo quando tudo estivesse terminado, então eu e ela fizemos um mutirão e, rapidinho, terminamos o serviço para curtirmos logo um ao outro.

A Quitanda foi local de alegrias e sofrimentos e muitos lembram o quão difícil era cumprir todas as tarefas da casa e da quitanda. Cozinhar, limpar a casa, lavar e passar roupa, cuidar da horta, tudo era feito pela família e ainda tinha a Quitanda.

Hoje eu penso que, se cada família tivesse a sua "quitanda" seríamos uma nação melhor, mais responsável, mais consciente do valor das coisas, do trabalho e da família. Muitas crianças de hoje são super-protegidas, super-vigiadas, super-nutridas, super-mimadas, super-pasteurizadas, super-manipuladas, super-poluidoras, super-perdulárias, super-solitárias e super-infelizes.

Ah, que saudades dos tempos da Quitanda!